quinta-feira, 7 de julho de 2011

Abismo

ideiasdoatlante


Porque entre os teus lábios profanos
nasce a loucura que me devassa a vontade,
eis os labirintos de volúpia onde me perco
em busca de promessas de amor.

Mas nesse abismo sensual,
colho o teu silêncio também,
porque as palavras que nunca me dirás
guardam os segredos que eu quero ouvir.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A minha casa



















O poema é a minha casa,
onde me deito nua sobre
o beijo das palavras.

Desejo

























O desejo
é uma coisa mecânica
que atropela as madrugadas.

Luxúria tirânica
que me rasga inteira
com pégadas
de fogo.

Castigo de Eros
que em fúria
me incendeia
quando sonho contigo.

A urdidura do sonho

















Sonha
que sonhar é correr
à frente da vida,
ver mais além,
com olhos maravilhados de vidente.

Sonha
e deixa para trás
as conjecturas dos filósofos
para quem tudo é apenas
desejo e dúvida
ou uma busca infinita da Psique.
Freud e Jung não tiveram
ensejo de sonhar
e correram somente atrás da vida.

Sonha
que o sonho não te desilude
nem te atira ao chão,
pairarás em liberdade
sobre o caos e a escuridão.
E se caires dum sonho,
tombarás nas nuvens.

Sonha
que a vida pode não ser
um sonho
mas é a urdidura do sonho
que ilumina a vida
e perdura no teu anoitecer.