segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Quimera II

















E se do meu coração fragmentado
voassem pássaros por entre o infinito das manhãs
e a tua alma volátil se soltasse em vento sul
na carícia das suas asas cor de sangue?

Ninfa e Fauno



 



Na curva, à tua espera,
fauno sem luz nem cor,
desenho abraços na noite
e escrevo rostos nas estrelas.
Quando a tua sombra curvada
da espuma do cansaço se assomar,
acenderei a Lua para que me vejas.
Aqui estarei para me salvares,
por entre a noite, a madrugada e beijos de luar,
fingindo humanidade no tempo da eternidade,
ninfa escondida na eternidade do tempo.


Foto: Pan e Selene de Danae

Contigo

















Seguirei contigo de pés descalços na areia,
vestidos de maresia e ondas bravas.
O vento há-de levar as tuas palavras escuras de noite
para longe, mais longe que o voo das gaivotas que nos cercam.
Irei contigo onde os teus passos nos levarem,
virás comigo na rota dum crepúsculo
onde sol e lua finalmente se beijam.
E das nossas almas amarrotadas como lençóis usados pelo amor
há-de brotar um novo alvorecer de líquidas estrelas.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Quimera I





E se de repente do meu corpo frio
Se fizessem madrugadas,
E das tuas mãos ausentes brotassem os sóis
que as incendiassem?